Quando George Russell, piloto da Mercedes cruzou a linha de chegada do GP de Singapura 2025 na madrugada de 3 de outubro, ele havia já garantido a pole position com a volta de 22h do dia anterior. A corrida, realizada no Marina Bay Street Circuit, durou 62 voltas, 1 hora, 40 minutos e 22,367 segundos, e contou com apenas uma parada nos boxes.
A temporada de 2025 entrou na reta final com o título de pilotos ainda em aberto. Max Verstappen, piloto da Red Bull Racing liderava o campeonato, mas Lando Norris e Oscar Piastri da McLaren estavam a poucos pontos de fechar a briga. Enquanto isso, a disputa pelo título de construtores estava apertada entre Mercedes, Red Bull e McLaren.
Logo na largada, George Russell manteve a vantagem conquistada na qualificação (1:29.158) e começou a controlar o ritmo. Max Verstappen ficou a 5,430 segundos de distância ao final, garantindo o segundo lugar. Lando Norris completou o pódio, 6,066 segundos atrás, enquanto Oscar Piastri ficou em quarto, a 8,146 segundos do vencedor. O quinquagésimo lugar ficou com Kimi Antonelli da Mercedes, 33,681 segundos atrás.
Os treinos foram uma montanha‑russa: Fernando Alonso foi mais rápido no FP1 (1:31.116), Piastri liderou o FP2 (1:30.714) e Verstappen comandou o FP3 (1:30.148). As estratégias foram decisivas – a escolha dos pneus médios pelos McLaren na segunda parada foi elogiada por Alonso, que afirmou que "a escolha dos pneus nos permitiu recuperar tempo depois de um pit‑stop lento".
O ponto alto do fim de semana não foi a velocidade, mas o atrito interno da McLaren. Na primeira volta, na curva 3, Lando Norris tentou ultrapassar Oscar Piastri. O movimento foi agressivo, o contato foi mínimo, mas suficiente para acender a chama da discórdia. Piastri, ainda no carro, acusou o companheiro de "jogo sujo" e criticou a equipe por não trocar as posições dos pilotos durante a corrida. "É injusto que a McLaren deixe o Norris à frente quando a culpa foi dele", desabafou Piastri ao microfone pós‑corrida.
O ex‑piloto Martin Brundle comentou que "as regras mudaram" entre os dois, sugerindo que a equipe está presa entre dois candidatos ao título que não conseguem coexistir sem atritos. Enquanto isso, Norris, que começou a quinta posição, manteve a calma e terminou terceiro, reforçando sua mensagem anterior de que "as cartas se viraram" após a classificação.
Apesar da briga interna, a McLaren segurou a liderança do campeonato de construtores ao cruzar a linha de chegada. Foi a décima conquista geral da equipe e a segunda consecutiva, consolidando a volta ao topo que começou em 2023. O título foi oficialmente confirmado quando Lewis Hamilton recebeu uma penalidade de 10 segundos que o tirou da terça posição, elevando Norris ao pódio e selando os pontos necessários para a McLaren.
O diretor técnico da equipe, James Key, declarou: "O trabalho da equipe foi impecável. Temos dois pilotos de primeira linha e, mesmo com o drama, entregamos o que importa: o campeonato."
Com o título de construtores nas mãos da McLaren, a luta pelo campeonato de pilotos se concentra agora na última corrida da temporada, em Abu Dhabi, marcada para 22 de novembro de 2025. Verstappen ainda tem chance de repetir o tricampeonato, mas precisará de resultados perfeitos e que Norris ou Piastri não ultrapassem sua pontuação.
Para a Mercedes, a derrota no campeonato de construtores pesa, mas a vitória de Russell demonstra que a equipe ainda tem ritmo de volta à frente. O próximo desafio será melhorar a consistência nos pit‑stops, já que a penalidade de Hamilton evidenciou fragilidades operacionais.
Os fãs aguardam ansiosos o desfecho da temporada, enquanto a imprensa acompanha de perto a relação deteriorada entre os garotos da McLaren – uma história que pode definir o futuro da equipe nos próximos anos.
O analista da Motorsport.com, Jody Bunting, apontou que "a McLaren demonstrou que tem velocidade de classe mundial, mas a gestão de dois pilotos em luta direta é um risco que pode custar pontos preciosos nas próximas corridas".
Já o ex‑campeão mundial Alain Prost lembrou que "conflitos internos já derrubaram equipes gigantes no passado; a chave está em uma liderança clara e em regras internas que evitem brigas dentro da caixa".
A vitória lhe rendeu 25 pontos, ampliando sua diferença sobre o segundo colocado. Contudo, Verstappen ainda lidera e pode ainda conquistar o título se mantiver as vitórias nos últimos dois Grandes Prêmios.
Hamilton recebeu 10 segundos por ultrapassar o limite de velocidade nos pit‑lane, uma infração que lhe tirou a segunda posição e elevou Norris ao pódio.
O incidente na terceira curva, quando Norris tentou uma ultrapassagem agressiva, provocou contato com Piastri, que considerou a manobra perigosa e acusou a equipe de favorecimento ao deixar a ordem dos pilotos inalterada.
Além de garantir bônus financeiros importantes, o título reforça a posição da McLaren nas negociações de motor e patrocínios, permitindo investimentos maiores em desenvolvimento técnico para 2026.
Max Verstappen ainda lidera, seguido de perto por Lando Norris e Oscar Piastri. George Russell permanece na briga, mas precisará de resultados perfeitos nos últimos dois eventos para superar Verstappen.
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