Cometa 3I/ATLAS ganha tom verde surpreendente em foto durante eclipse lunar

Cometa 3I/ATLAS ganha tom verde surpreendente em foto durante eclipse lunar

O cometa 3I/ATLAS exibiu uma inesperada coloração verde‑esmeralda em imagens capturadas durante o eclipse lunar total de 7 de setembro de 2025, despertando curiosidade entre astrônomos e amantes do céu. As fotos foram tiradas por Michael Jäger, astrofotógrafo alemão, e Gerald Rhemann, especialista em imagens de céu profundo, que estavam no deserto da Namíbia aproveitando a escuridão incomum proporcionada pela sombra da Terra sobre a Lua.

Contexto e descoberta do cometa 3I/ATLAS

O objeto foi identificado pela primeira vez em 1º de julho de 2025 pelo ATLAS (Asteroid Terrestrial‑impact Last Alert System), um programa de monitoramento financiado pela NASA instalado em Rio Hurtado, Chile. Análises posteriores de imagens dos telescópios ATLAS ao redor do globo, combinadas com dados do Zwicky Transient Facility da Caltech em Palomar, estenderam o histórico de observação até 14 de junho de 2025.

Com cerca de 11 km de diâmetro—equivalente a 7 milhas—e velocidade superior a 210 000 km/h, o cometa está entre os poucos objetos interstelares já vistos, seguindo uma trajetória hiperbólica que o coloca como o terceiro visitante confirmadamente vindo de fora do Sistema Solar.

Fotografias impressionantes durante o eclipse lunar

O eclipse total de 7 de setembro foi o cenário perfeito para capturar detalhes que normalmente seriam ofuscados pela luminosidade da Lua cheia. Enquanto a sombra da Terra cobria a Lua, Jäger e Rhemann conseguiram longas exposições com iso baixíssimas, revelando não só o núcleo gelado, mas também uma tonalidade verde vibrante que não havia sido observada nas imagens anteriores.

"Foi como se o cometa tivesse decidido vestir uma roupa nova para a ocasião", comentou Rhemann, enquanto revisava as imagens no laptop. Jäger acrescentou que a cor parecia mais intensa nas áreas de coma, sugerindo um processo químico ativo ligado ao aquecimento solar.

Análises científicas e causas da coloração verde

Especialistas vinculados ao Instituto de Astrofísica da Universidade de São Paulo (I.A.U.S.P.) explicam que o verde pode ser resultado da sublimação de compostos como o cianeto de ferro (FeCN) ou de gases contendo carbono, que ao serem excitados pela radiação ultravioleta do Sol exibem emissão na faixa verde.

O eclipse lunar totalNamíbia coincidiu com a fase de periélio do cometa, marcada para 29 de outubro de 2025, quando sua distância mínima ao Sol será de 1,4 UA (cerca de 210 milhões de km). Nesse ponto, o aquecimento intensifica a liberação de gases voláteis, aumentando o brilho e modificando a composição espectral.

  • Temperatura da superfície prevista: ~150 K antes do periélio, subindo para >300 K.
  • Composição detectada: água, dióxido de carbono, metano e traços de compostos orgânicos.
  • Velocidade relativa ao Sol: 130 000 mph (210 000 km/h).
Repercussões e observações de missões da NASA

Repercussões e observações de missões da NASA

Desde sua descoberta, o cometa tem sido monitorado por três dos maiores observatórios espaciais: o Telescópio Espacial Hubble, o James Webb Space Telescope e o SPHEREx. Cada um trouxe argumentos diferentes—imagens de alta resolução, espectroscopia infravermelha e mapeamento de vapor—que, juntamente com observações terrestres, compõem um retrato detalhado do cometa.

A Very Large Telescope da European Southern Observatory, situada no Deserto de Atacama, Chile, registrou imagens compostas em julho de 2025 que mostravam a trajetória acelerada do cometa através do céu do hemisfério sul.

Já o Gemini North Telescope, localizado no Havaí, utilizou seu espectrógrafo GMOS‑N para analisar a composição química da coma ainda nas fases iniciais do percurso.

Próximos passos e o futuro do visitante interstelar

Após o periélio, o cometa seguirá rumo ao interior do Sistema Solar, cruzando a órbita de Júpiter em março de 2026. A Europa Clipper, que estará ao redor de Júpiter, pode captar imagens adicionais, apesar de o cometa ficar oculto pelo Sol para observadores terrestres.

Os cálculos atuais indicam que o objeto nunca retornará perto da Terra, mantendo sua distância mínima a cerca de 1,8 UA (aprox. 270 milhões de km). Essa trajetória elimina qualquer risco de colisão, mas garante que o cometa continuará a servir como uma “cápsula do tempo” que carrega material primordial de outro sistema estelar.

Para os astrônomos, cada nova fase oferece a chance de comparar as propriedades desse visitante com os dois precedentes interstelares—'Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019)—, refinando teorias sobre a formação de sistemas planetários fora da nossa via‑láctea.

Perguntas Frequentes

Por que o cometa 3I/ATLAS ficou verde?

A coloração verde é atribuída à sublimação de compostos ricos em carbono, como cianetos de ferro, que ao serem excitados pela radiação solar emitem luz na faixa verde. O efeito se intensifica à medida que o cometa se aproxima do periélio, onde o aquecimento aumenta a liberação desses gases.

Qual a importância científica desse cometa?

Como terceiro objeto interstelar observado, 3I/ATLAS permite comparar a composição química de materiais que se formaram em outro sistema estelar. Isso ajuda a validar teorias sobre a diversidade de planetas e de processos de formação em toda a galáxia.

O cometa representa algum risco para a Terra?

Não. Seu trajeto mantém uma distância mínima de cerca de 1,8 UA (aproximadamente 270 milhões de km), o que elimina qualquer possibilidade de impacto. O interesse está exclusivamente nos dados científicos que ele fornece.

Quando o cometa será visível novamente da Terra?

Após o eclipse, ele reaparecerá nos céus do hemisfério sul em dezembro de 2025, tornando‑se observável com telescópios de médio porte. A janela de observação se fechará novamente quando o cometa se aproximar do Sol, retornando apenas em março de 2026 ao passar perto de Júpiter.

Quais missões da NASA continuarão a monitorar o cometa?

Além do Hubble, James Webb e SPHEREx, a Europa Clipper poderá observar o cometa enquanto cruza a órbita de Júpiter. Outras sondas em órbita ao redor do Sol também podem captar sinais de gasodutos ionizados emitidos pelo núcleo.

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